quarta-feira, 11 de maio de 2016

A língua grega: expressão motora de mudanças e instrumento de preservação



por João Victor Maciel de Almeida Aquino*

A linguagem é formada por uma série de movimentos e informações dividas entre cérebro, cordas vocais, pulmões, lábios e língua. A cada movimento emitimos uma vogal, uma sílaba e uma infinidade de palavras. Não sabemos ao certo quando os idiomas surgiram ou como passamos de uma comunicação básica e primitiva para um conjunto complexo e organizado que denominamos língua. Nesse mar de incertezas sabemos apenas que a língua é viva, dinâmica bem como a expressão da cultura, de um tempo e de um povo, logo acompanhando as mudanças e as reinvenções dos mesmos.
Nós, como praticantes de uma religião que se originou há milhares de anos no território que hoje compreende a Grécia, temos uma relação especial com a língua grega. Mesmo quando reformulamos alguma prática religiosa e a adaptamos para um novo contexto temporal e geográfico, a relação com as suas origens continua intrínseca. 

Atualmente o grego é falado por cerca de 15 milhões de indivíduos ao redor do mundo. É a língua oficial tanto da Grécia quanto de Chipre. A maior concentração de falantes encontra-se nestes dois países, no entanto podemos encontrar pequenas populações falantes em vários países do Mediterrâneo (como sul da Itália, Israel e Egito) e no entorno do Mar Negro (como na Ucrânia, Rússia, Geórgia e Armênia). Além de aspectos geográficos, o grego possui uma identidade particular como língua erudita, sendo empregado – desde o império romano - em várias áreas do conhecimento como a matemática e a física, assim como nos campos antropológico, histórico e cultural. 
A língua grega evoluiu tanto na escrita quanto na oralidade para chegar ao estágio do que hoje conhecemos como grego moderno. Como no contexto de diferenças culturais e espaciais do que hoje forma a Hélade pode surgir uma língua cheia de multiformidades como o grego? Chegar a uma resposta definitiva a respeito disso é uma tarefa praticamente impossível. O que nós podemos fazer é tentar compreender as várias mudanças do idioma e ir mais além, fazendo uma reflexão a respeito da influência destas sucessivas mudanças na prática religiosa e do modo como encaramos a fé nos deuses. 

Alguns estudiosos do campo linguístico fazem uma relação da evolução de um idioma com uma ampulheta, pois assim como a areia que passa de ambula para outra ao realizar a contagem, quando a ampulheta é virada, a areia realiza novamente a contagem do tempo, mas isso sem mudar a sua essência (é sempre a mesma areia). A língua muda, mas nunca sem perder o seu papel como protagonista das relações humanas. No contexto grego, a mudança e a expansão do idioma assim como a difusão e unificação só foram possíveis devido a uma sucessão de fatos históricos. A data mais remota da presença de falantes do idioma data aproximadamente do ano 2000 AEC. Por ter uma origem remota é difícil definir os limiares do surgimento da língua grega. Existem atualmente muitas possibilidades em discussão. A mais aceita entre os estudiosos é a de que em tempo mais antigos – por volta de 2200 AEC – existia um dialeto único, o grego comum, que por algum motivo fragmentou-se em dialetos diferentes. Já outros dizem que tal idioma nunca existiu. 

Há décadas os estudiosos têm como aliado de sua caça à origem do idioma o sistema de escrita conhecida como linear B. Este, por sua vez, era empregado pelos micênicos na idade do bronze e utilizava – de forma adaptada – a escrita silábica dos minoicos de Creta. A linear B, mesmo que praticamente decifrada ainda traz consigo uma série de interrogações.

Durante o período conhecido como Idade das Trevas (1100 – 750 AEC), com a invasão dos Dórios, a estrutura urbana, comercial e social que havia sido estabilizada ruiu. A escrita foi praticamente inutilizada durante três séculos de domínio.


Andando mais um pouco no tempo temos os primeiros contatos dos gregos com os fenícios. A Fenícia há um tempo já vinha se tornando uma potência comercial na área do mediterrâneo, tendo entrepostos comerciais que vinham deste a Palestina até a Península Ibérica. A princípio algumas póleis adotaram os sinais desenvolvidos pelos fenícios. Em questão de anos o seu uso se expandiu as outras póleis, cada qual com o seu conjunto próprio de sinais. O alfabeto da cidade de Mileto foi adotado por Atenas e em seguida por outras cidades até sua total unificação. Mesmo tendo uma escrita praticamente unificada a diferença na oralidade ainda era notável. Existia no âmbito geográfico uma diferença social entre os vários dialetos existentes. O ático, por exemplo, era um dialeto com mais prestigio. Os intelectuais, escritores, dramaturgos e comerciantes – mesmo tendo um dialeto materno diferente – o utilizavam, transformando a sua produção assim como possibilitando uma troca de experiências e sabres entre as póleis. Essa difusão e aceitabilidade contribuíram para que fosse o ático a base para o idioma comum, o koiné,

Alguns séculos depois durante a campanha militar de Alexandre III da Macedônia surgiu o koiné que também é conhecido como “dialeto comum”. Este por sua vez se difundiu entre os exércitos de Alexandre e logo se popularizou em seus domínios. Muitos intelectuais viam no idioma comum uma perda tradicional das singularidades que o ático possuía, isso em termos práticos não travou as modificações pelas quais o idioma veio a passar. Alexandre possuía um respeito pelas várias culturas que faziam parte do seu império. Levava consigo uma série de geógrafos, naturalistas e historiadores, como Calístenes de Olinto, o cronista das suas expedições. A ampliação da esfera de influência grega foi significativa para que a região se desenvolvesse e que fosse iniciado um período de intercâmbios e transformações dentro do campo idiomático do mesmo modo que também ocorreu nas produções artísticas e na organização civil, culminando em vários embates e revoltas de cunho social em Esparta, Tessália e Beócia.

Nos anos que se decorreram da ascensão de Alexandre à queda de Roma foram muitos os motivos que transformaram profundamente a história da Grécia e do hellenismos. Dentre elas a mais marcante foi a adoção, por Constantino I, do cristianismo como religião oficial do estado romano e seus territórios, incluindo a Grécia. No final do século IV, a maioria da população romana era de cristãos, principalmente os membros da classe política. Os imperadores e autoridades ordenaram o fechamento dos templos e oráculos, proibiram os festivais e qualquer manifestação pública de cunho religioso. Sobrevivendo nas áreas rurais, a prática foi sendo agregada a ritos muitas vezes cristianizados. Muitos dos devotos, por pressão social, medo de perseguição ou por simpatia pela nova religião, acabavam por abandonar a religião politeísta de seus avós e antecessores, o que consequentemente levou a religião a uma transformação nos modos de organização, espaço e significados.

Em ocasião dos sucessivos desafios à manutenção das tradições religiosas, a linguagem se revela uma grande ferramenta da preservação, tendo na tradição um esteio, passando de geração em geração seus conhecimentos a respeito dos deuses. Ao fazer uma análise compreendemos de melhor forma o papel do idioma, já que tais fontes orais permitem, de uma forma mais orgânica, o entendimento da dinâmica, dos afazeres, normas e valores que norteavam a população da Hélade que a essa altura já era totalmente diferente da de dois séculos atrás.

Mesmo cristã, parte da população continuava frequentando os bosques e realizando rituais em honra às divindades ancestrais. Uma prova disso são os textos clericais da idade média que nos elucidam a cerca das dificuldades da evangelização de povos pagãos. Segundo Mario Jorge da Motta Bastos, em Cultura clerical e tradições folclóricas: estratégias de evangelização e hegemonia eclesiástica na Alta Idade Média, 
na medida em que os vários grupos [...] assentados na Europa converteram-se ao cristianismo, não houve um processo de abandono integral das suas culturas compatíveis com a perda de suas religiões; certas crenças religiosas novas foram adotadas em detrimento de outras, preservando-se o ‘contorno’ cultural [...] no qual inseriu-se o cristianismo. 
Outra forma de culto que resistiu a catequização católica foram os cultos domésticos, que na privacidade do lar, eram honrados.
Apesar de uma série de contratempos a religião perdurou e atravessou séculos de perseguições e estigmatização. Muitos o davam por extinto e a lembrança do último imperador abertamente helenista já não era nada mais que um vulto na história.  Em meio a ruínas dos templos brilhantes de outrora surge o Reconstrucionismo Helênico com o objetivo de reviver – mas não de forma nostálgica – as tradições dos antigos gregos.


O Hellenismos está em constante mudança e redescoberta. A cada novo estudo feito e a cada progresso realizado a religião se torna cada vez mais viva. Nós por exemplo nos servimos tanto de autores e produções clássicas quanto de contemporâneas, moldamos as antigas tradições para os nossos dias e nos encontramos em um constante estado de aprendizado. Mircea Eliade afirma que uma das características dos ritos é que eles são uma repetição de normas e gestos primordiais, sendo assim, eles eliminam o tempo profano e transmitem às pessoas um tempo sagrado, que se repete não por uma ideia de sucessão, mas para tornar o momento sagrado sempre presente e realizável (Eliade, 1998). Ou seja, o culto aos deuses transcende o tempo, as mudanças e a sociedade. 

Em cada momento da história os desafios do culto são diferentes. Hoje, os desafios envolvem a formação dos novos membros e de uma organização clerical completa. Ainda devemos levar em consideração o crescimento do culto aos deuses no mundo, saindo da Grécia e se espalhando por outros lugares. No Brasil por exemplo há um núcleo considerável e presente em diversas cidades e regiões. Muitas práticas e festivais foram reformuladas em certos pontos e adaptadas para atender a sua finalidade. A adequação se mostra ainda mais importante quando se tem em vista o fato de que muito dos praticantes se encontram isolados geograficamente um do outro e realizam os ritos de forma individual.

Talvez o motivo pelo qual a crença nos deuses tenha resistido e que venha ganhando cada vez mais adeptos seja por um fator simples: Os deuses estão em todos os lugares. Não de forma onisciente, onipotente e onipresente como em outras religiões, mas sim pelo fato de a prática estar presente em nossas vidas em diversos momentos. Diferente das religiões judaico-cristãs, a visão dos deuses não é baseada na subserviência, mas sim em um respeito no qual os deuses estão ao nosso lado, como amigos, mestres e companheiros de diversas ocasiões. Dentro do contexto cultual e social uma religião é delineada pelo modo como se conecta ao divino e o modo como isso afeta as relações humanas, sendo a relação humanos-deuses o motor de transformações e a garantia de sua perpetuação.

Referências
FEITOSA, João. Rito e Cura no culto de Asclépio no Final do Período Clássico. 
ADRADOS, Francisco. A History of Greek Language.
SILVA, Acildo. Memória, Tradição Oral e a Afirmação da Identidade Étnica.
GUIMARÃES, Vitor. O Clero Cristão e as Práticas Pagãs no Reino Visigodo.
BOVO, Elisabetta (Coord.). Grande História Universal, Época Helenística. Barcelona: Folio, 2001.

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João Victor Maciel mora em Campo Grande e faz parte do programa de Educação Básica para Membros do RHB. É estudante de direito e participa das atividades do Reconstrucionismo Helênico no Brasil desde 2014.

Guerra e Economia na Grécia dos Períodos Arcaico e Clássico

por Heloísa Vidal*

A guerra fazia parte do cotidiano na Grécia antiga. Tal constatação não é nova: historiadores desde Tucídides informaram ao mundo atual as práticas militares na antiguidade e grande parte dessas informações foi comprovada por historiadores modernos e arqueólogos. Considerar a própria guerra em si como um objeto de estudo é algo bastante tradicional dentro da historiografia. O tema, contudo, não se esgota: surgem novas abordagens e perspectivas teóricas possíveis para o estudo da guerra e de outras dimensões da vida na Grécia Antiga, sobretudo após o revisionismo histórico surgido a partir das contribuições de Edward Said, na década de 1970, com seu livro Orientalismo, e de Martin Bernal, na década de 1980.

Este ensaio, entretanto, não tratará, como Said ou Bernal, de questões relativas aos discursos de poder elaborados no meio acadêmico ou aos usos do passado em nosso tempo. A proposta, neste trabalho, é mais simples e não é inédita: pensar, a partir das fontes históricas e da bibliografia utilizadas, se a guerra era empreendida, entre outros interesses, com finalidades econômicas, ou se a guerra era um meio econômico per se. A análise partirá do período arcaico e chegará ao período clássico, estendendo-se até a Guerra do Peloponeso (431-404 AEC.).



Migração e colonização na Grécia Arcaica
O Período Arcaico corresponde à época compreendida entre 800 e 500 AEC. Nesse período, não ocorreram guerras de grandes proporções, porém os conflitos envolvidos nos movimentos de migração e colonização merecem atenção. Segundo Moses Finley, ocorreram dois movimentos de colonização: o primeiro, antes de 750 AEC., ocorreu em direção ao Ocidente - para o sul da Itália e Sicília, a Líbia (norte da África) e o sul da França; o segundo movimento ocorreu por volta de 650 AEC. e dirigiu-se para a Trácia e para o Oriente (costa do mar de Mármora e do Mar Negro) (Finley, 2002, p. 33-34). Segundo o autor, essas colonizações ocorreram porque, em algum momento, as comunidades tiveram problemas demográficos ou agrícolas e precisaram se fixar em locais com terras férteis e boas condições geográficas. (Finley, 2002, p. 34). Isso ocorria, de acordo com Tudídides, antes do Período Arcaico e desde o início da formação da Hélade, quando ainda nem havia fluxos comerciais e os povos migravam constantemente para outras regiões em busca de terras cultiváveis (I, 1, 2). Nos séculos VIII e VII AEC., Esparta entrou em guerra com a Messênia para conquistar terras férteis. Os espartanos precisavam de terras cultiváveis para as famílias dos soldados, pois os homens se dedicavam exclusivamente à guerra e, assim, o Estado lhes garantia uma propriedade onde sua família tivesse condições de se manter (Rostovtzeff, 1977, p. 94) Na Grécia Anatólia (Ásia Menor), os gregos elevaram o nível do comércio, o que resultou em aumento da população e falta de alimentos para suprir essa “massa” que foi se instalando nas colônias. Isso os levou a colonizarem outras regiões com condições propícias à produção de cereais e à pesca (Rostovtzeff, 1977, p. 80).

A sobrevivência e o abastecimento, entretanto, parece não ter sido a única motivação para a colonização. Rostovtzeff argumenta a respeito de uma “revolução econômica” dos séculos VII e VI AEC, na qual surgem grandes proprietários ambiciosos que deixam de produzir cereais e se dedicam à produção de vinho e azeite, negócio mais próspero (1977, p. 82). Extensas propriedades agrícolas e larga produção exigem grandes quantidades de escravos. Aliado à necessidade de mão-de-obra, o crescimento relativamente acelerado do comércio e da navegação estimulou a luta pelo estabelecimento de mais colônias (Rostovtzeff, 1977, p. 83) Assim, gradativamente, a colonização, que inicialmente estava voltada para a sobrevivência, adquire um caráter mais econômico, voltado para a manutenção dos mercados. O cultivo da terra deixa de estar voltado apenas para a comunidade que nela habita e passa a fornecer produtos para outras cidades. A invasão de outras regiões ocorre não apenas pela busca de terras férteis, mas pela busca de escravos.

Logo após Sólon se tornar arconte em 594 AEC., Atenas lutou com Mégara pela posse de Salamina e pelo domínio comercial da Grécia. Para vencer essa guerra, Atenas agiu de maneira semelhante à Esparta com seus vizinhos no Peloponeso: cooptou a aliança das cidades gregas da Ática e usou esses aliados para ampliar o território ateniense – esse já era um primeiro “mal estar” no qual Esparta, como líder do Peloponeso, começara a se incomodar com a liderança de Atenas, uma tensão que perpassa a guerra contra os persas e desemboca na Guerra do Peloponeso (Rostovtzeff, 1977, p. 106). Além da busca por grandes extensões de terras cultiváveis e por escravos, a guerra entre Atenas e Mégara indica que os conflitos nessa época não obstante eram travados visando também interesses comerciais.

Contudo, é preciso tomar cuidado com a dimensão dos interesses econômicos e comerciais em relação aos conflitos na antiguidade. A economia não era uma “categoria autônoma”, estava submetida à política, que usava a guerra como instrumento para atingir diferentes objetivos (Finley, 2002, p. 55 e Austin & Vidal-Naquet, 1986, p. 114). Assim, mesmo que houvesse finalidades econômicas e a própria guerra resultasse em muitas riquezas, tudo girava em torno da política e do poder, e os principais motivos para a guerra estavam sempre relacionados à esfera política. Pode-se concluir então que, no Período Arcaico, embora fosse uma maneira de adquirir bens e riquezas, a guerra não era um meio para as cidades sustentarem sua economia, baseada sobretudo na agricultura, mas enriquecida com exploração de metais, ou com a pesca, por exemplo. No entanto, é impossível não notar que havia a possibilidade de surgirem motivações econômicas em meio a interesses de outras ordens quando se empreendia uma guerra ou qualquer conflito menor. E, mesmo que nem houvesse diretamente um emprenho estritamente econômico, a guerra acabava de alguma forma favorecendo o vencedor materialmente/economicamente.



Guerra e Império na Grécia Clássica
A questão do poder e da política como motivações principais para a guerra fica ainda mais evidente nas duas grandes guerras ocorridas no Período clássico: as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso. Em ambos os casos, é preciso ter ainda mais cuidado para não confundir causas econômicas da guerra com ganhos materiais proporcionados por ela. Na verdade, nenhuma das duas guerras foi causada por motivações econômicas. De maneira geral, no caso das Guerras Médicas, os persas atacavam a Grécia e suas colônias movidos pelo seu desejo de dominação e expansão do Império, enquanto os gregos guerreavam pela defesa de sua liberdade (Austin e Vidal-Naquet, 1986, p. 27). Por outro lado, considerando eventos particulares inseridos na guerra – batalhas, invasões, acordos entre cidades – o conflito demonstra ter aspectos econômicos: gregos e persas poderiam ambos enriquecer com pilhagens no território inimigo, por exemplo, e, no caso das ligas (de Delos e do Peloponeso) que defenderam a Hélade contra os persas, as coligações sustentaram a economia de guerra, fornecendo dinheiro, frotas e soldados.

A formação da Liga do Peloponeso antecedeu a guerra contra os persas. Firmada no século VI a.C. sob a liderança de Esparta, fazia parte de uma política de conquista  pela hegemonia no Peloponeso. Esparta firmou alianças com as cidades de Messênia, Arcádia, Élida, Argólida, Sicião e Corinto, chegando mesmo a entrar em conflito com algumas delas. Entretanto, esse domínio espartano tinha fins militares e políticos: o objetivo era o reconhecimento de sua superioridade militar e o controle político da região. Esparta era a única cidade grega que tinha um exército permanente e garantia a segurança em tempos de ameaça de invasão (Rostovtzeff, 1977, p. 96)

A Liga de Delos era uma coligação de cidades formada durante as guerras médicas, sob a liderança de Atenas. Diferentemente da Liga do Peloponeso, também tinha uma função econômica: fornecer recursos materiais para a guerra contra os persas. O centro administrativo da Liga ficava em Delos. A organização e disciplina da Liga conseguiram afastar a ameaça de invasão persa, porém quando o perigo já havia passado, as cidades quiseram se livrar do domínio ateniense e não conseguiram. Atenas converteu a Liga em um império e suprimiu as tentativas das cidades de se libertarem do seu domínio, pois ainda se sentia ameaçada pelos persas. Além disso, queria manter o domínio marítimo a partir da imensa frota que adquiriu dos estados-membros. O tesouro da Liga foi transferido de Delos para Atenas em 454 AEC. (Rostovtzeff, 1977, p. 156). Embora descontentes por estarem sujeitos ao domínio ateniense, os estados-membros da Liga gozavam de vantagens econômicas e de segurança no mar para os comerciantes. (Rostovtzeff, 1977, p. 162)

O que Atenas fez com a Liga de Delos reflete a política expansionista de Péricles, que fez da cidade-estado, simultaneamente, uma democracia e uma potência imperial (Rostovtzeff, 1977, p. 157). Atenas foi a única que conseguiu acumular uma reserva monetária a partir da Liga, algo que não era comum, pois os gregos gastavam o seu rendimento (Finley, 2002, p. 54-55). O poder do Império Ateniense não demorou a incomodar seus vizinhos, dos quais Esparta demonstrou ser o mais incomodado. Havia uma intensa rivalidade comercial com Egina e com Corinto, que impediu a participação de Atenas no comércio de cereais da Itália e Sicília. Em resposta a essas restrições comerciais, Atenas subjugou a Beócia, Egina e Mégara, enfraquecendo Corinto, o que atingiu os interesses espartanos, que dependiam dos produtos da Itália e da Sicília. Atenas competia com Corinto e Mégara pelos mercados na Itália e na Sicília. O aumento de importações atenienses levaria a exportação dos produtos italianos e sicilianos – milho, gado e metais – exclusivamente para o Pireu, porto de Atenas, que assim dominaria o comércio e a política no norte e oeste do Peloponeso. Isso preocupava Esparta e as cidades aliadas, pois não produziam o suficiente para manter sua população e dependiam dos produtos do Ocidente. (Rostovtzeff, 1977, p. 163).

Atenas foi derrotada no conflito com Esparta, ocorrido entre 459 e 447 AEC. Firmou-se um acordo de paz, mas um futuro conflito entre as duas potências gregas já se delineava. Tucídides afirmou que “o aumento do poderio de Atenas, e o alarme que isso inspirava em Esparta, tornaram a guerra inevitável” (Tucidides, I, 23,6 apud Finley, 2002, p. 55). A Guerra do Peloponeso eclodiu em 431 e terminou em 404 AEC., com a “inexplicável” derrota de Atenas. Mesmo abatida pela peste, que atingiu a cidade em 430 e matou Péricles, Atenas era forte e conseguiu prolongar a guerra initerruptamente até que, em 406, uma tempestade afundou a frota ateniense em Arginusas. As perdas foram muitas e os generais foram destituídos de suas posições, causando uma crise de chefia (que, na verdade, se instalara desde a morte de Péricles) e falta de ânimo para continuar a guerra (Rostovtzeff, 1977, p. 171). Mesmo assim, foi por pouco que Esparta venceu a guerra. Mesmo após a morte de Péricles e diante de inúmeras adversidades, Atenas surpreendia no desfecho das batalhas. O Império Ateniense foi dissolvido depois da guerra e Esparta tentou, sem sucesso, construir seu próprio império em cima das ruínas do que pertencia a Atenas. Esparta não tinha os recursos da sua rival e a situação beirou ao caos: as cidades-estados continuavam se odiando e agonizando com problemas internos, algumas colônias na Ásia Menor voltaram ao domínio persa e instalou-se um “vazio de poder” na Grécia que só foi preenchido, tempos depois, com o domínio macedônio (Finley, 2002, p. 61).

A partir da análise desenvolvida até aqui, conclui-se que a guerra na Grécia Antiga podia ser motivada por causas variadas, mas estavam sujeitas de alguma forma à política. O poder marítimo era motivo de grande preocupação e envolvia questões econômicas e comerciais, por isso a economia estava sempre inserida nos conflitos no mundo antigo, mesmo que não fosse diretamente a causa dos mesmos. As cidades costeiras eram saqueadas com mais frequência, adquiriam-se escravos em regiões distantes – transportados então pelo mar, bem como mercadorias e alimentos. Poder e política eram, sem dúvida, o leitmotiv da guerra – isso fica muito claro nos casos das Guerras Médicas e na Guerra do Peloponeso. As implicações econômicas, embora importantíssimas e recorrentes, ocupavam lugar secundário. Enfim, como afirmam Austin e Vidal-Naquet, “pode-se dizer que, na Grécia, se atingirá amiúde o econômico através da guerra, ao passo que não se poderia afirmar que se atinge a guerra através do econômico” (1986, p. 27).

Bibliografia
AUSTIN, M. & VIDAL-NAQUET, P. Economia e Sociedade na Grécia Antiga. Lisboa: Edições 70, 1986.
FINLEY, M.I. Os Gregos Antigos. Lisboa: Edições 70, 2002.
ROSTOVTZEFF, M. História da Grécia. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

Fonte histórica
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Tradução: Mário da Gama Cury. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2001.

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Heloísa Vidal nasceu em São Paulo e faz parte do grupo de Educação Básica para Membros do RHB. É graduanda em História na Universidade Federal de São Paulo, com ênfase em História Antiga, atuando principalmente nos temas associados à Bretanha Romana. Participa do grupo Reconstrucionismo Helênico no Brasil desde 2014.

domingo, 22 de novembro de 2015

Resultado Final - Processo Seletivo EBM - turma 2

Após mais de um mês de divulgação e abertura para inscrições recebemos ao final vinte e oito propostas de membros com interesse em participar do Programa de Educação Básica para Membros, dos quais duas foram indeferidas por não atenderem aos critérios estabelecidos no informe de convocação. Nesse total, ressaltamos a amplitude do processo tendo em vista que, deste percentual, apresentaram-se candidatos de todas as regiões do país.

Após recebidas, as inscrições foram avaliadas por uma comissão composta por três avaliadores que atualmente configuram o corpo de orientadores do RHB. Com base nas informações fornecidas prioritariamente pelo formulário, mas também considerando a participação dos candidatos nos espaços de discussão e formação construídos pelo RHB, cada uma das inscrições foi avaliada separadamente pelos membros da Comissão,, atribuindo-se uma nota de 0 (zero) a 10 (dez); ao fim, elaborada uma média aritmética com o objetivo de escalar os melhores avaliados. Conforme estabelecido pelo informe, foram destinadas sete vagas para esta segunda turma, além de um excedente de três candidatos em lista de espera no caso da desistência ou não cumprimento, por parte dos selecionados, da etapa seguintes do processo. Também foi facultado à Comissão a indicação de um candidato que não estivesse classificado entre os sete, mas que fosse considerado de desempenho satisfatório através de outros espaços de interlocução. Dado isso, o resultado final dos aprovados foi elaborado.

Candidatos/as Aprovados/as
1 - Heloísa Mattos Vidal e Silva
2 - Victor Brito Villar
3 - Danielle Portugal (Dan Portugal)
4 - Diego Rodrigues Souto Calazans
5 - Patrycia Werneck
6 -João Victor Maciel de Almeida 
7 - Andrea Vasconcellos Bezerra

Lista de Espera
1- Tatiane Correia dos Santos
2 - Aline Freire de Oliveira Brum
3 - Juliana Ribeiro

Para conferir o relatório completo de avaliação, incluindo as notas recebidas, clique AQUI

Atenciosamente

Thiago Oliveira
representante da Comissão de Seleção

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Convocação - Programa de Educação Básica para Membros - turma 2016

Encontram-se abertas no período de 12 de outubro a 07 de novembro de 2015 o processo seletivo para novos candidatos ao curso de Educação Básica para Membros (EBM) do grupo Reconstrucionismo Helênico no Brasil (RHB). O curso tem duração média de um ano e se destina aqueles que se identificam com o helenismo em seu sentido amplo, e de modo específico com as abordagens reconstrucionistas, tendo em vista ser essa a orientação adotada pelo grupo.

O curso tem o objetivo de instrumentalizar os devotos no que concerne aos referenciais básicos para entendimento da religiosidade helênica possibilitando assim um espaço de reflexão para as práticas devocionais-religiosas contemporâneas ancorada em elementos mínimos da história e cultura dos povos gregos da antiguidade.

A Educação Básica para Membros é um curso estruturado em quatro módulos desenvolvidos no intervalo médio de um ano. Os módulos são:
I – História, geografia e processo de formação da Hélada
II – Filosofia
III – Literatura
IV – Helenismo

É importante salientar que o curso não tem pretensões à formação de grupos de prática, sendo de maneira prioritária um espaço de formação, debate e entrosamento das diversas experiências devocionais daqueles que formam parte de suas atividades. Aqueles que se submetem ao curso e finalizam, sendo graduados, podem se submeter também a outras modalidades de curso oferecidos pelo RHB, como os Estudos Avançados, os cursos para Exegetes e Mantis.

INFORMAÇÕES
Público-alvo: pessoas que se identificam com o Helenismo e têm interesse em aprofundar seus estudos e experiências religiosas
Vagas oferecidas: até 7 (sete)
Período: janeiro a dezembro/2016
Pré-requisitos básicos: (a) engajamento nas atividades do grupo RHB em suas diversas modalidades, sejam elas virtuais (como o Fórum, Site e páginas nas redes sociais) ou presenciais (através dos grupos de estudo e prática a ele vinculados); (b) disponibilidade de pelo menos duas horas semanais para realização das atividades e leituras.
Metodologia: sessões de leitura de material bibliográfico indicado; encontros online; exercícios e atividades direcionadas à prática religiosa e cultual.
Custo: gratuito
Inscrições: AQUI

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Tradições, Costumes e Clássicos: conceitos e dificuldades para o estudo da Antiguidade

[sugestão de modelo reconstituído do Partenon]

por Natalia Razal



O trabalho a seguir teve como ponto inicial um debate on line durante a aula Fontes de Consulta, Problemas e Periodização da História Helênica dentro da Educação Básica para Membros do RHB. A partir da leitura das obras referenciados ao final, os alunos foram convidados a questionar os conceitos de clássico, costume e tradição, além da problemática teórica e metodológica existente para os pesquisadores acerca da investigação da história Helenística. 

Antes de traçar um pensamento sobre a utilidade dos conceitos citados acima e estudados nos textos indicados pelo curso para se pensar a história da Hélada, faz-se necessário a compreensão dos mesmos. Primeiramente precisamos ter em mente o sistema criado pelos investigadores de divisão da história de acordo com o progresso tecnológico das armas utilizadas pelo homem. Finley define esse sistema como inadequado, no entanto o mesmo continua sendo utilizado. 

Iniciaremos esse estudo com o conceito de clássico. Ao pesquisarmos sua definição no dicionário o termo está intimamente ligado a um padrão a ser seguido, um exemplar de melhor qualidade. Segundo Fullerton, o período Clássico tem seu status super valorizado, onde as outras épocas são comparadas, como sendo um exemplo a ser seguido, tendo seu prestígio intocável no decorrer dos tempos posteriores até a atualidade. 

“(...)uma arte clássica reflete o pico de um desenvolvimento e possui uma qualidade inexcedível; (...), por ter atingido um estado de perfeição, a arte clássica funciona como um padrão ou “norma” pelo qual são medidas as outras formas de arte.”(Fluertton, p. 20)

Esse conceito, segundo o autor, é possível verificar nos monumentos onde essa definição de perfeição são congelados e comparados com os períodos/estilos posteriores. Um ponto discutível é o que é considerável clássico, já que isso depende do contexto de quem o define está inserido.Para Fullerton - “(...) a Grécia clássica é também uma realidade histórica; (...), e neste sentido foi construída de umaoutra forma, não somente pela população da sua época, mas também pelas gerações precedentes.” (p.16). No entanto, a credibilidade do que é definido como sendo clássico nos deixa numa zona de conforto durante nossas pesquisas, o que não aconselhável.

Para diferenciação entre os conceitos de costume e tradição, Hobsawm foi muito feliz. Enquanto que a tradição impõe práticas fixas demonstrando nesse sentido sua fraqueza, o costume não impede a inovação, a busca por novas práticas que se adaptem ao período de quem o está praticando, mantendo a coerência. O que nós estudiosos devemos estar atentos sempre são às fontes consultadas, para distinguir o que realmente é uma tradição autêntica e o que é tradição inventada, se os interesses particulares do pesquisador não estão intrínsecos em suas análises – “Não é necessário recuperar nem inventar tradições quando os velhos usos ainda se conservam” (Hobsawm, p.16).  

Além disso, os costumes e tradições  são transmitidas de geração em geração, mantendo sua continuidade e adaptando-se com as novas realidades que os indivíduos que os praticam estão vivendo, independente das divisões temporais traçadas pelos estudiosos.
“(...) o modo pelo qual a transição de um período histórico por outro acaba sendo ensinada, não pressupõe uma ruptura nos costumes e práticas dos sujeitos que ali vivem, afinal, tais periodizações são convenções acadêmicas voltadas para a sistematização de acontecimentos diversos.” (Assunção, p.109)

Uma das dificuldades que encontramos é a reavaliação das informações por conta de novos achados arqueológicos e documentais, alterando alguns conceitos e verdades pré-determinadas. Por conta disso as informações/conclusões são alteradas a cada descoberta nova. Além disso, os pesquisadores se utilizam apenas das evidências arqueológicas para entender/estudar civilizações que não dominavam a escrita. Como o domínio da escrita em civilizações primitivas foi restrito, a carência de dados documentados faz com que relatos históricos nos dêem a impressão de que alguma coisa está faltando, algum contexto, e em alguns casos isso realmente podeacontecer. Fazendo com o pesquisador ou o estudante esteja tendo uma interpretação errônea/diferente e informações imprecisas.“O ponto vulnerável mais sério é a impossibilidade de fixar com o mínimo de precisão o ritmo da mudança, (...). Deve-se sempre considerar uma margem de erro, mesmo nos novos testes científicos como o carbono 14. (...)” (Finley, p.11), essa margem de erro citada por Finley causa uma problemática de criação de idéias falsas. Acrescentamos ainda que a cronologia é diferente em cada região da “antiguidade”, as sociedades evoluíram em períodos diferentes.

Nós estudantes devemos estar sempre atentos e mantendo o senso crítico em nossas fontes, verificando em qual contexto social e político o investigador estava inserido ao fazer suas publicações. No entanto, apesar das dificuldades e a partir do amadurecimento intelectual, as análises nos norteiam para nossas práticas e estudos. 

Referência
ASSUMPÇÃO,Luis Felipe Bantin De. As Periodizaçãoes da Hélade - considerações acerca dos conceitos de arcaico, clássico e helenístico . Revista Eletrônica de Antiquidade

FINLEY, Moses I. A Grécia Primitiva: idade do bronze e idade arcaica. São Paulo: Martins, 1990.

FULLERTON, Mark. Introdução – conceitos de clássico. In: ______. Arte Grega. Tradução de Cecília Prada. São Paulo: Odysseus, 2002.

HOBSBAWN, Eric. Introdução – A Invenção das Tradições. HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence In: A Invenção das Tradições. São Paulo, ed. Paz e Terra, 1997.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Novos Convocados

Tendo em vista atender a um número maior de candidatos, a comissão gestora do Programa de Educação Básica para Membros do RHB tomou por bem convocar mais três novos candidatos, adotando como critério a ordem classificatória final.  Sendo assim, o grupo convida os candidatos abaixo listados a enviarem para o e-mail petraios.rhb@gmail.com cópia escaneada ou fotografia legível de documento de identificação além do endereço completo. 

Os candidatos convocados são:

1. André Nogueira
2. Klaus Eduardo Rocha
3.  Victor Araújo Coutinho

Atenciosamente,

Thiago Oliveira
representante responsável


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Resultado - Processo Seletivo EBM

Carxs amigxs,

após um mês de inscrições recebemos quase trinta e cinco propostas de membros com interesse em participar do Programa de Educação Básica para Membros, o que sem dúvida é uma surpresa e nos deixa bastante orgulhosos do progresso que a comunidade helênica no Brasil vem galgando e também pela consideração e estima que todos os inscritos demonstraram ter ao confiar em nosso trabalho. Sem mais delongas, apresentamos a seguir como foi realizada a avaliação das propostas e por fim os membros selecionados para compor a primeira turma do programa.

Critérios de Avaliação

Após conferir cada uma das inscrições submetidas, todas as propostas enviadas foram pontuadas segundo os critérios definidos previamente pelas normas do processo seletivo, a saber: experiência devocional, envolvimento com o RHB (não apenas no grupo oficial mas nas diversas iniciativas que estão ligadas a ele, a exemplo dos grupos de prática, do Diretório de Tradutores e dos blogs que compõem projetos individuais dos seus membros), escolaridade, proficiência em língua estrangeira, além do devido preenchimento do formulário e do cumprimento da norma de maioridade legal. Ainda com relação ao formulário, tendo em vista a falta de clareza e a aparente falta de trato de uma parte significativa dos inscritos com esse tipo de processo, a comissão avaliadora tomou por bem considerar uma margem de tolerância de até um item equivocado, que deveria ser corrigido pela candidato quando da aprovação e efetivação no curso - candidatos com dois ou mais erros ou equívocos no preenchimento do formulário foram automaticamente eliminados. 

Cada um dos itens apresentados foram avaliados e pontuados conforme a tabela abaixo. Conferiu-se um peso maior às atividades relacionadas ao RHB e também à experiência devocional; além disso escolaridade e proficiência em língua estrangeira foram considerados como itens classificatórios em caso de empate. 

Tendo somado as pontuações, cada um dos inscritos teve sua pontuação rankeada de forma que os dez com as melhores pontuações foram automaticamente aprovados, e dentre os 22 restantes, coube a cada um dos seis orientadores que atualmente compõem a equipe do RHB a possibilidade de indicar uma pessoa, independente da posição ou pontuação em que se encontrasse.  Desse processo resultou a lista de 16 membros que formação a primeira turma da EBM, com início previsto para a primeira semana de fevereiro do corrente ano.

Lista de aprovados
1- André Carvalho 
2 - Bernardo Resende
3 - Camila Mata
4 - Caroline Fontes 
5 - Cinara Cesário 
6 - Denilson Inácio 
7 - Diego Rezende
8 - Diego Vilaça
9 - Giivago Oliveira
10 - Janilson Gomes
11 - Josie Machado
12 - Leonni Moura 
13 - Marco Bortoletto
14 - Natalia Sciammarella
15 - Ruan Mendes
16 - Willbert Luiz 

Pontuações
Todos os candidatos que participaram do processo seletivo para EBM podem consultar suas notas enviando e-mail para petraios.rhb@gmail.com, informando o nome completo. 

Próximas etapas
Cada um dos membros selecionados deve conferir na sua caixa de e-mail as orientações para as próximas etapas da EBM. Em caso de descumprimento, o candidato será eliminado, sendo convocado o melhor colocado na ordem de pontuação.

Sejam todxs bem vindos!